Estacas Raiz são estacas argamassadas, moldadas “in loco”, com elevada capacidade de carga devido à alta tensão de trabalho do fuste e atrito lateral. O fuste é armado ao longo de todo o seu comprimento e os diâmetros acabados destas estacas podem variar de 10 a 50 cm, podendo ser executadas verticalmente ou inclinada.
São utilizadas perfuratrizes rotativas hidráulicas, ou a ar comprimido, montadas sobre estrutura metálica, dotada ou não de esteiras para deslocamento, acionadas por motor à explosão (diesel) ou elétrico, ou ainda por compressor
pneumático.
Levando em consideração o reduzido tamanho de seus equipamentos e que seu processo de perfuração não provoca vibrações e nem descompressão do terreno, estas estacas são indicadas para todo tipo de fundação e, em especial, fundações de equipamentos industriais, reforços de fundações, fundações em locais com restrição de pé-direito ou dificuldade de acesso para equipamentos de grande porte, fundações de obras com vizinhança sensível a vibração ou poluição sonora, fundações de novas pontes e viadutos, fundações em solos com presença de matações ou blocos de concreto ou rochas.
Estacas Raiz
Perfuração:
A perfuratriz rotativa ou roto-percussiva é posicionada, verificando-se a verticalidade e/ou ângulo de inclinação de acordo com a característica da estaca e projeto. O tubo de revestimento é centrado no piquete de locação da estaca.
A perfuração em solo é executada com a descida do tubo de revestimento, em cuja extremidade é acoplada a coroa de perfuração adequada às características do solo, com auxílio de circulação de água ou ar comprimido, injetada no seu interior, até à profundidade prevista no projeto.
A profundidade de perfuração é medida somando as medidas dos tubos de perfurações e verificando o comprimento perfurado, utilizando-se a composição de tubos de injeção, que são introduzidos no interior do tubo de revestimento, até à cota de fundo da perfuração.
Caso, durante a perfuração, atinja-se o topo rochoso, matações, concreto, etc, deverá ser usada sapata ou coroa diamantada, acoplada ao barrilete amostrador, interno à composição de tubos de revestimento, de maneira a retirar-se o testemunho da rocha. Porém, podem ser usados, também, martelos pneumáticos ou hidráulicos, perfurando por sistema roto-percussivo, trabalhando no interior do tubo de revestimento, até atingir à cota de projeto.
Colocação da Armadura:
Concluída a perfuração da estaca, executa-se a limpeza interna do tubo de revestimento, utilizando a composição de tubo de injeção descendo até a cota inferior da estaca. Esta limpeza estará concluída quando a água de retorno não apresentar traços de material transportado.
A armadura é colocada até à profundidade alcançada durante a perfuração, apoiando-se no fundo do furo. A armadura pode ser constituída por uma ou mais barras montadas em feixe ou em gaiolas, tubos metálicos ou ainda uma mescla destas alternativas, conforme especificado pelo projetista.
Injeção de Argamassa:
Desce-se no interior do tubo de perfuração um tubo de injeção até ao fundo do furo, através deste tubo injeta-se argamassa de cimento e areia por meio de bomba injetora, de baixo para cima, expulsando toda a água de circulação contida no interior do tubo de revestimento. A injeção é interrompida apenas quando a argamassa emergente sair limpa, sem sinais de contaminação de lama ou solo.
Estando o tubo de perfuração totalmente preenchido com argamassa, inicia-se a extração do revestimento por ação coaxial ao eixo da estaca, complementando-se o volume da argamassa por gravidade, sempre que houver abatimento da mesma no interior do tubo. Durante a extração, aplica-se ar comprimido sob pressão moderada, controlando-se para evitar deformações excessivas no terreno, garantindo a integridade do fuste e também a perfeita aderência da estaca com o terreno.
No caso de utilização de bomba de injeção de argamassa, com pressão mínima de trabalho de 0,3 MPa, não há necessidade da aplicação do ar, pois a eventual complementação da argamassa na boca do revestimento será feita colocando-se a cabeça do revestimento e injetando-se a argamassa sobre pressão. A retirada do revestimento poderá ser executada também com o próprio equipamento de perfuração.
Para estacas raiz com tubos metálicos perdidos, não haverá a necessidade de injeção de ar comprimido, pois o suporte de contato são as próprias camisas, não havendo deformação. O preenchimento de argamassa deve ocorrer sempre até à superfície do terreno.
A argamassa deve seguir a seguinte especificação:
• Consumo de cimento ≥ 600Kg por m³- Cimento CP II classe 32;
• Resistência característica = fck mínimo = 20 MPa;
• Areia: areia média lavada;
• Fator A/C ≤ 0,50.
O traço para a argamassa deve ser: 1 saco de cimento (50kg) + 84 litros de areia + 25 litros de água.